AVISO CONTÉM SUSCEPTIBILIDADE QUE PODE FERIR A LEITORES DE ALGUNS LINGUAGEM
Cá estou de novo para vos elucidar sobre as verdades(?) da vida.
Desta feita vou falar de um fenómeno que não é indiferente a ninguém, muito menos a mim como homem civilizado (duvido que acreditem que o sou depois do último post) e pedagogo de profissão.
Como já puderam constatar pelo título: bullying. Vou também tentar demonstrar a relação entre este fenómeno e outro igualmente conhecido. Esta minha curta "tese" baseia-se em factos e testemunhos verídicos que me foram confidenciados e dados a observar, durante as diversas fases da vida por mim percorridas. Obviamente que não mencionarei os nomes dos autores dos testemunhos, porque muitos deles são hoje em dia chefes de família respeitados na nossa sociedade.
Analisemos em primeiro lugar o fenómeno do bullying como subjugação e tortura, de alguém do mesmo sexo, normalmente, no meu tempo, masculino. Convenhamos que um homem a querer subjugar outro homem, embora pareça um acto de bravura ou afirmação pessoal, acaba por cheirar a larilice de primeira, senão atentemos a este cenário com que me deparei logo na 1ª classe na minha escola: havia um tipo, chamemos-lhe José, que tinha andado à pancada com outro. Como o José era mais corpulento que o outro, de imediato enviou-o para o chão. Não contente com isto, ainda virou o pobre desgraçado de costas e montou as mesmas, assumindo a posição que a seguir se ilustra:
Costuma-se dizer que as crianças são genuínas em tudo o que fazem e dizem e julgo que a imagem fala por si: pura vontade de acariciar reprimida num
iceberg de violência.
Já no 2ºciclo (designação actual), tinha também um bully desses na minha turma: chamemos-lhe Gervásio. Que por acaso as miúdas achavam giro, só que ele não achava o mesmo de nenhuma delas, embora aqui o vosso interlocutor e 70% da escola (os 30% eram gajas) discordassem firmemente. Não me venham com desculpas de "ah, mas isso era no 2º ciclo, o gajo era novito e ainda não sabia o que era o mel!" ERRADO. O tipo como bom bully já tinha idade para ser nosso pai (13 anos + ou -, apesar de frequentar aquele nível de escolaridade), logo, a hormona já lá devia estar a bater forte. Agora vocês dizem, "Ah mas então o gajo era um homem no meio das pitas que ainda não tinham nada para despertar impulsos!!" ERRADO outra vez. As tipas também eram matulonas e já tinham tudo no sítio. Ele chegou a "curtir" com algumas e cuspia depois de as beijar, referindo-se a elas como "aquelas putas", no entanto a sua disposição já era outra, quando o víamos a puxar os boxers a um qualquer caixa de óculos marrão. Aparentava maior satisfação do que a passear a língua na boca de uma loiraça bem dotada. Uma vez doou-me umas quantas edições da Playboy, exclamando com ar de repulsa: "isso é só putedo! Não quero mais essa merda!" Não sei se o tipo virou do avesso, porque nunca mais o vi, mas que ele gozava com os colegas que jogavam ao bate-pé, gozava.
Com onze anos o nosso corpo ainda é uma maquete imperfeita do que queremos. Na minha curta (felizmente) passagem pelo basquete, havia um dia da semana que iniciávamos o nosso treino de minis, após o treino dos gajos mais velhos (julgo que juvenis) estes saíam do banho enquanto nós nos equipávamos e tinham por hábito exibir as partes intimas (obviamente mais desenvolvidas que as nossas) na nossa direcção, empunhando-as qual ponta-e-mola em riste, lançando comentários jocosos. Um dia, um tipo desses (chamemos a este Ambrósio) que por acaso era "bullysta" praticante, melhor ainda, se o bullying na altura fosse uma religião ele era p'raí o Dalai Lama dos Brutamontes, dirigiu-se a um grande amigo meu da seguinte forma: "despe-te lá para eu ver o teu pirilau, puto". Claro que o meu amigo nesse dia foi o último a equipar-se. De seguida e quando já tinha o saco do treino empacotado, o Ambrósio olhou com cumplicidade para o seu amigo (chamemos-lhe) Ermengardo e comentou olhando para mim como um coelho olha para uma deliciosa, corpulenta e sumarenta cenoura, aquele olhar de lobo mau para o capuchinho vermelho: "Qualquer dia, parto o rabo a um puto destes!" Nenhum puto chegou a ter esse azar, o mesmo não se pode dizer de um pobre cão que o dito menino tentou que satisfizesse os seus desejos carnais (infrutíferamente, felizmente), num armazém de cortiça, numa bela e ensolarada tarde daquelas em que nós tínhamos três meses de férias. Não presenciei, mas houve numerosas testemunhas, que segundo sei foram hospitalizadas durante dois meses com dores nos maxilares e estômago de tanto rir deste live sex show.
Um último caso foi já nos meus 16 anitos, no 11º ano. Havia um desgraçado (deixa cá ver...ah, o Severino!) que era sempre a vítima de bullying residente. Como eu já era mais velhinho, tentava com que o pobre Severino não frequentasse os lugares onde estavam os outros, para não haver massacre. Um dia, alguém decide levar uma câmara de vídeo para a escola, não me lembro se para filmar, se para mostrar que tinha câmara de vídeo. De imediato, o psicopata da turma (este vai-se chamar Eufrasino), tem uma ideia luminosa: "Vamos despir o Severino e filmar!" Bem, o brilho nos olhos quando o tipo disse aquilo (enfim, lobo e capuchinho)... Quanto à execução do plano brilhante, digamos que o Eufrasino queria um filme porno e só conseguiu aqueles telefilmes da Playboy em que eles não estão a fazer absolutamente nada a ver com sexo. A este Eufrasino só se lhe conheceu uma namorada, à qual ele por vezes batia. Encontrou a sua felicidade junto de um amigo que percorre os sinuosos e por vezes ásperos caminhos da vida com ele!
Da parte dele sofri também um ligeiro golpe de Bullying na forma de um comentário à ofensiva cor berrante de uma camisola minha.
(a continuar. Não perca a parte II...)